09-12-2016, 07:48 AM -
Dois anos depois de tomarem a liderança do segmento dos SUVs no Brasil, Honda HR-V e Jeep Renegade devem começar a ter uma vida mais difícil com o lançamento do primeiro SUV compacto da Hyundai Brasil, o Creta.
O modelo, lançado no Salão de São Paulo, em novembro, chegará às lojas na segunda quinzena de janeiro.
VEJA PREÇOS:
Attitude 1.6 manual: R$ 72.990
Pulse 1.6 manual: R$ 78.290
Pulse 1.6 automático: R$ 85.240
Pulse 2.0 automático: R$ 92.490
Prestige 2.0 automático: R$ 99.490
Creta brasileiro tem visual exclusivo, com grade e para-choque redesenhados (Foto: André Paixão/G1)
O utilitário produzido em Piracicaba (SP) eleva o patamar de qualidade do segmento. E tudo começa pelo preço: o Creta não é o mais barato entre seus rivais, mas custa menos do que os maiores adversários, nas versões equivalentes.
Considerando as configurações intermediárias, por exemplo, enquanto o HR-V EX sai por R$ 93 mil e o Renegade Longitude custa R$ 90.990, o Creta Pulse será vendido por R$ 85.240, com motor 1.6, e R$ 92.490, com propulsor de 2 litros, melhor do que o 1.8 do HR-V.
Nas versões topo de linha, a vantagem do Creta é um pouco maior.
Enquanto o HR-V EXL, menos equipado, ultrapassa os R$ 100 mil (R$ 101.400), o Renegade de R$ 97.990 precisa de opcionais para alcançar o nível de equipamentos do Hyundai de R$ 99.490.
Acima da média
Quem já dirigiu o HB20 sabe que o compacto tem dirigibilidade acima da média para o segmento, sobretudo nas versões com motor 1.6. Com o Creta, a sensação é parecida, e o SUV apresenta um bom acerto dinâmico – até melhor do que no hatch. Isso por conta do uso de uma plataforma mais refinada - do sedã Elantra.
Aliás, outra diferença entre Creta e HB20 é que o segundo é um modelo criado para o Brasil, enquanto o SUV é um produto global que sofreu algumas adaptações para o mercado local.
Com motor 2.0, chamado Nu, o Creta tem ótimo desempenho para o segmento. Os 166 cavalos de potência tornam o SUV um veículo ágil, tanto em arrancadas como em retomadas. O único rival, entre os mais vendidos, capaz de fazer frente é o Peugeot 2008 THP (turbo), de 173 cv.
Hyundai Creta (Foto: Divulgação)
Mais barulhento
O 1.6, de 130 cv, é o mesmo motor do HB20, com 2 cv a mais graças a melhorias da engenharia, como a adoção do comando variável de válvulas também no escape.
Um rápido contato com ele deixou a impressão de que o conjunto é suficiente para o uso cotidiano. O único senão são as retomadas, situação em que o motor sobe demais o giro e o barulho invade a cabine.
Fora isso, o isolamento acústico é muito bom nas duas versões, assim como os acertos de direção, freios e suspensão. Esta última, apesar de ter como arquitetura um eixo de torção (o Renegade usa multilink, mais refinada), filtra bem as imperfeições, e confere à carroceria pouca rolagem em curvas. Ela é firme, mas fica longe de ser desconfortável. E corrige uma falha presente no HB20, onde a traseira "pula" ao passar em depressões no piso.
Interior do Hyundai Creta topo de linha tem bancos de couro marrom (Foto: Divulgação)
Sóbrio e correto
A cabine do Creta não tem a ousadia do Renegade, cheio de menções à história da Jeep, tampouco a falta de personalidade do HR-V, que repete elementos de carros mais baratos da empresa. No Hyundai, praticamente não há elementos em comum com o HB20, por exemplo.
A qualidade dos materiais e o padrão de montagem seguem a mesma lógica. São menos áreas emborrachadas na comparação com o Renegade, só que plásticos de melhor percepção do que no HR-V, que peca por usar materiais pobres para um carro desta faixa de preço.
Ainda assim, parte do painel tem superfícies de material duro, apesar da boa montagem. O acabamento do teto poderia ter melhor aparência.
Porta-malas do Creta acomoda 431 litros, na média do segmento (Foto: André Paixão/G1)
Deslizes
O conjunto da obra do Creta é muito bom. Mas há muito espaço para acertos na oferta de equipamentos. Não existe, nem como opcional, espelho interno antiofuscante. Enquanto isso, bancos de couro, quadro de instrumentos com computador de bordo colorido e central multimídia são "luxos" da versão topo de linha.
Todas as demais versões saem de fábrica com um rádio convencional repleto de botões enormes no lugar da central multimídia e bancos revestidos com tecido. A mais barata, Attitude, chega a ser espartana.
Não há simples limpadores do tipo "flat blade", mais eficientes do que os convencionais, que já são quase um item em extinção. Também não há controles de tração e estabilidade ou assistente de partida em rampas, presentes nos principais concorrentes.
Há 10 opções de cores para o Creta, entre eles, o vermelho (Foto: Divulgação)
Outros rivais
Ainda que eles respondam por boa parte das vendas, o segmento de SUVs compactos não é formado apenas por HR-V e Renegade. E, curiosamente, a “batalha” do Creta fica mais parelha quando são considerados os rivais menos óbvios.
O "novato" Nissan Kicks, pode exemplo, tem versão topo de linha no mesmo patamar de preço da intermediária do Hyundai.
A SL, de R$ 89.990, tem dirigibilidade tão boa quanto a do Creta, só que é mais completa do que versão a Pulse (1.6 ou 2.0). Porém, é bem menos potente (114 cv no motor 1.6, único ofertado).
Com já citado, o Peugeot 2008 é o rival com maior potência (173 cv), mas este motor turbo só pode ser combinado com a transmissão manual, cada vez mais rara nesta faixa de preços. Ainda assim, a versão Griffe custa R$ 87.290.
Outro bom concorrente é o Chevrolet Tracker recém-renovado. Ele chega também em janeiro com motor 1.4 turbo de 153 cv e uma versão topo de linha de R$ 92.990.
Versão mais completa do Creta tem maçanetas cromadas (Foto: Divulgação)
Conclusão
Apesar de as ofertas no segmento dos SUVs terem se tornado cada vez maiores e diversificadas desde a chegada de HR-V e Renegade, quem chegou depois tem conseguido acompanhar o ritmo das vendas dos dois.
O Creta tem potencial para fazer isso mudar, mesmo tendo sido o "último" a chegar. A Hyundai escolheu um modelo capaz de atormentar seus principais concorrentes e acertou na estratégia de versões e preços.
O Renegade tem mais chances de continuar vendendo bem, já que é dono de um estilo mais próprio, com um perfil de clientes mais bem definido. O Creta pode ser problema maior para o HR-V, que, sem grandes diferenciais perante os rivais atuais, é caro pelo que entrega.
Hyundai Creta (Foto: Divulgação)
Fonte: Auto Esporte[url=http://g1.globo.com/carros/noticia/2016/12/hyundai-creta-primeiras-impressoes.html][/url]
O modelo, lançado no Salão de São Paulo, em novembro, chegará às lojas na segunda quinzena de janeiro.
VEJA PREÇOS:
Attitude 1.6 manual: R$ 72.990
Pulse 1.6 manual: R$ 78.290
Pulse 1.6 automático: R$ 85.240
Pulse 2.0 automático: R$ 92.490
Prestige 2.0 automático: R$ 99.490
Creta brasileiro tem visual exclusivo, com grade e para-choque redesenhados (Foto: André Paixão/G1)
O utilitário produzido em Piracicaba (SP) eleva o patamar de qualidade do segmento. E tudo começa pelo preço: o Creta não é o mais barato entre seus rivais, mas custa menos do que os maiores adversários, nas versões equivalentes.
Considerando as configurações intermediárias, por exemplo, enquanto o HR-V EX sai por R$ 93 mil e o Renegade Longitude custa R$ 90.990, o Creta Pulse será vendido por R$ 85.240, com motor 1.6, e R$ 92.490, com propulsor de 2 litros, melhor do que o 1.8 do HR-V.
Nas versões topo de linha, a vantagem do Creta é um pouco maior.
Enquanto o HR-V EXL, menos equipado, ultrapassa os R$ 100 mil (R$ 101.400), o Renegade de R$ 97.990 precisa de opcionais para alcançar o nível de equipamentos do Hyundai de R$ 99.490.
Acima da média
Quem já dirigiu o HB20 sabe que o compacto tem dirigibilidade acima da média para o segmento, sobretudo nas versões com motor 1.6. Com o Creta, a sensação é parecida, e o SUV apresenta um bom acerto dinâmico – até melhor do que no hatch. Isso por conta do uso de uma plataforma mais refinada - do sedã Elantra.
Aliás, outra diferença entre Creta e HB20 é que o segundo é um modelo criado para o Brasil, enquanto o SUV é um produto global que sofreu algumas adaptações para o mercado local.
Com motor 2.0, chamado Nu, o Creta tem ótimo desempenho para o segmento. Os 166 cavalos de potência tornam o SUV um veículo ágil, tanto em arrancadas como em retomadas. O único rival, entre os mais vendidos, capaz de fazer frente é o Peugeot 2008 THP (turbo), de 173 cv.
Hyundai Creta (Foto: Divulgação)
Mais barulhento
O 1.6, de 130 cv, é o mesmo motor do HB20, com 2 cv a mais graças a melhorias da engenharia, como a adoção do comando variável de válvulas também no escape.
Um rápido contato com ele deixou a impressão de que o conjunto é suficiente para o uso cotidiano. O único senão são as retomadas, situação em que o motor sobe demais o giro e o barulho invade a cabine.
Fora isso, o isolamento acústico é muito bom nas duas versões, assim como os acertos de direção, freios e suspensão. Esta última, apesar de ter como arquitetura um eixo de torção (o Renegade usa multilink, mais refinada), filtra bem as imperfeições, e confere à carroceria pouca rolagem em curvas. Ela é firme, mas fica longe de ser desconfortável. E corrige uma falha presente no HB20, onde a traseira "pula" ao passar em depressões no piso.
Interior do Hyundai Creta topo de linha tem bancos de couro marrom (Foto: Divulgação)
Sóbrio e correto
A cabine do Creta não tem a ousadia do Renegade, cheio de menções à história da Jeep, tampouco a falta de personalidade do HR-V, que repete elementos de carros mais baratos da empresa. No Hyundai, praticamente não há elementos em comum com o HB20, por exemplo.
A qualidade dos materiais e o padrão de montagem seguem a mesma lógica. São menos áreas emborrachadas na comparação com o Renegade, só que plásticos de melhor percepção do que no HR-V, que peca por usar materiais pobres para um carro desta faixa de preço.
Ainda assim, parte do painel tem superfícies de material duro, apesar da boa montagem. O acabamento do teto poderia ter melhor aparência.
Porta-malas do Creta acomoda 431 litros, na média do segmento (Foto: André Paixão/G1)
Deslizes
O conjunto da obra do Creta é muito bom. Mas há muito espaço para acertos na oferta de equipamentos. Não existe, nem como opcional, espelho interno antiofuscante. Enquanto isso, bancos de couro, quadro de instrumentos com computador de bordo colorido e central multimídia são "luxos" da versão topo de linha.
Todas as demais versões saem de fábrica com um rádio convencional repleto de botões enormes no lugar da central multimídia e bancos revestidos com tecido. A mais barata, Attitude, chega a ser espartana.
Não há simples limpadores do tipo "flat blade", mais eficientes do que os convencionais, que já são quase um item em extinção. Também não há controles de tração e estabilidade ou assistente de partida em rampas, presentes nos principais concorrentes.
Há 10 opções de cores para o Creta, entre eles, o vermelho (Foto: Divulgação)
Outros rivais
Ainda que eles respondam por boa parte das vendas, o segmento de SUVs compactos não é formado apenas por HR-V e Renegade. E, curiosamente, a “batalha” do Creta fica mais parelha quando são considerados os rivais menos óbvios.
O "novato" Nissan Kicks, pode exemplo, tem versão topo de linha no mesmo patamar de preço da intermediária do Hyundai.
A SL, de R$ 89.990, tem dirigibilidade tão boa quanto a do Creta, só que é mais completa do que versão a Pulse (1.6 ou 2.0). Porém, é bem menos potente (114 cv no motor 1.6, único ofertado).
Com já citado, o Peugeot 2008 é o rival com maior potência (173 cv), mas este motor turbo só pode ser combinado com a transmissão manual, cada vez mais rara nesta faixa de preços. Ainda assim, a versão Griffe custa R$ 87.290.
Outro bom concorrente é o Chevrolet Tracker recém-renovado. Ele chega também em janeiro com motor 1.4 turbo de 153 cv e uma versão topo de linha de R$ 92.990.
Versão mais completa do Creta tem maçanetas cromadas (Foto: Divulgação)
Conclusão
Apesar de as ofertas no segmento dos SUVs terem se tornado cada vez maiores e diversificadas desde a chegada de HR-V e Renegade, quem chegou depois tem conseguido acompanhar o ritmo das vendas dos dois.
O Creta tem potencial para fazer isso mudar, mesmo tendo sido o "último" a chegar. A Hyundai escolheu um modelo capaz de atormentar seus principais concorrentes e acertou na estratégia de versões e preços.
O Renegade tem mais chances de continuar vendendo bem, já que é dono de um estilo mais próprio, com um perfil de clientes mais bem definido. O Creta pode ser problema maior para o HR-V, que, sem grandes diferenciais perante os rivais atuais, é caro pelo que entrega.
Hyundai Creta (Foto: Divulgação)
Fonte: Auto Esporte[url=http://g1.globo.com/carros/noticia/2016/12/hyundai-creta-primeiras-impressoes.html][/url]